Atrizes do Jabaquara foram primeiros rostos da tv

18/09/2020

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Duas jovens atrizes que passaram a infância e juventude na Cidade Vargas, bairro do Jabaquara, são consideradas as primeiras a aparecerem nas transmissões da tevê brasileira, que hoje completa 70 anos.


As irmãs Miriam Simone e Marly Bueno seguravam uma placa da General Eletric S/A e E.R. Squibb & Sons do Brasil, Inc. , nas transmissões experimentais da tv, ainda em preto e Branco, como se vê no registro abaixo.



Marly e Miriam eram irmãs do fundador do Jornal São Paulo Zona Sul, Luiz Ismar D’Angelo Netto – falecido em 2003 – e, na verdade, seus nomes de batismo são Amalia Angelina Marly D’Angelo e Miriam Simone D’Angelo. Marly faleceu em 2012, no Rio de Janeiro, onde vivia, e Miriam completou esse ano 91 anos. Atualmente, ela mora no bairro de Pinheiros, zona oeste da capital.



Em 1960, a primeira edição do jornal SP Zona Sul destacava a incipiente e já intensa carreira da atriz Marly Bueno que nasceu na Cidade Vargas, filha do jornalista e advogado Domingos D’Angelo, um dos primeiros presidentes da Sociedade Amigos da Cidade Vargas.


Marly
Sempre bela e de presença impactante, Amália Angelina Marly D’Angelo se tornou Marly Bueno por sugestão de Walter Foster, um dos pioneiros da televisão no país. “Ele dizia que meu rosto inspirava calma, por isso o Bueno”, contava Marly.


A atriz também contava que chegou a pensar em seguir carreira como advogada, mas o acaso a levou para a tv.


 


Foi acompanhando sua irmã mais velha Miriam Simone que trabalhava na Rádio Tupi que surgiu o convite para a jovem Marly participar da primeira transmissão de televisão, em setembro de 1950.


No concurso de Miss TV, Marly foi selecionada e além de um aparelho de televisão ganhou um contrato na TV Tupi. Ali iniciou sua carreira com memoráveis montagens como “Crime e Castigo” ao lado de grandes atores como Cassiano Gabus Mendes, Lima Duarte, Sérgio Britto, Cill Farney e tantos outros.


Já nesse início de carreira foi convidada para fazer sua primeira participação no cinema, na Cia. Vera Cruz, no filme A família Lero Lero. No cinema atuou em diversos filmes na Atlântida, Vera Cruz, além de filmes independentes. Foi protagonista de Chão Bruto filme dirigido por Dionísio Azevedo. Também esteve com Oscarito no filme “Entre Mulheres e Espiões”. Ao lado de Odete Lara, Cill Farney e Paulo Autran esteve em “As sete evas” sob direção de Carlos Manga. Na televisão participou de montagens importantes da TV de Vanguarda.


Viajou o Brasil como atriz e apresentadora. Após o casamento, em 1960, se afastou das personagens mas manteve-se ativa apresentando os concursos de Miss Brasil em seus áureos tempos, de 1965 a 1979. Retomou a carreira de atriz em 1991 na minissérie “O Portador”.


Desde então esteve em diversas novelas da Rede Globo como História de Amor, Laços de Família, Mulheres Apaixonadas, Páginas da Vida. Em Laços de Família, que está sendo reprisada no período da tarde, Marly viveu Olívia, mãe de Cíntia (Helena Ranaldi).


Na Record participou de Estrela de Fogo, Poder Paralelo e recentemente participou da minissérie Rei Davi, como a maldosa rainha Ainoã. Também esteve no cinema em 1999 ao lado de Anthony Quenn e Paulo Autran no filme Oriundi, além de Fica Comigo Esta Noite, Mulher Invisível e Inesquecível.


Nesse período de retomada, também voltou aos palcos com Veneza, Isadora Duncan (com direção de Bibi Ferreira) e, pouco antes de sua morte, no “Pacto das três Meninas” com Rosamaria Murtinho e Camila Amado.


Faleceu em abril de 2012 no Rio de Janeiro, onde vivia, mas foi sepultada no jazigo da família, ao lado dos pais e do irmão Luiz Ismar, no cemitério do Araçá.


Miriam



Já Miriam Simone ingressou na vida artística na Rádio Tupi, aos dezessete anos, contratada por Oduvaldo Viana. Ainda na rádio foi convidada a integrar o núcleo de Cassiano Gabus Mendes.Nesse período se destacou atuando em filmes, radionovelas, teatros e propagandas.


Em 1950, ao lado de sua irmã Marly Bueno, foi a primeira mulher a aparecer na televisão.


Nos primeiros anos da TV Tupi, Miriam teve várias marcas como pioneira: a primeira propaganda do Guaraná Antárctica, teleteatros memoráveis como “Deus lhe Pague” com Lima Duarte, “George Sand”, além de diversas peças escritas para a atriz. Ela estrelava semanalmente, às terças feiras, um programa de teleteatro, em que alterava-se sempre o galã. Foi nesse programa que Cassiano Gabus Mendes fez sua primeira aparição na televisão, como seu par romântico.


O motivo de seu afastamento deu-se na primeira noite de transmissão quando a atriz e o engenheiro da GE, responsável pelas instalações do estúdio da televisão, se apaixonaram. Tudo ocorreu no ar: Miriam fazia uma enfermeira e Helio Taques Bittencourt tentava explicar a ela o funcionamento da televisão. Após esse primeiro contato foi questão de tempo até a atriz se casar e sair da Tupi para cuidar da família que criaram: os três filhos Silvia, Celso e Vivien.


Já casada a atriz foi mais uma vez pioneira. Fez o primeiro filme colorido do Brasil: uma propaganda para a Mobil Oil, que usava de uma tecnologia trazida por Italianos após a guerra.


Miriam e Hélio foram casados por 60 anos, até o falecimento do marido em 2013.


https://jornalzonasul.com.br/atrizes-do-jabaquara-foram-os-primeiros-rostos-da-tv/


 

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