10/08/2018
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Exposição na Casa Firjan retrata desfiles da tecelagem e o concurso Miss Elegante Bangu, que fez história
POR MARCIA DISITZER 10/08/2018 20:08 / atualizado 10/08/2018 20:55
Mostra "Pioneiros" na Casa Firjan - Paula Johas
Fundada em 1889, a Companhia Progresso Industrial do Brasil — Fábrica Bangu deixou um legado para a moda brasileira. A mostra "Pioneiros", em cartaz na recém-aberta Casa Firjan, homenageia a trajetória da tecelagem.
Nos anos 1940 e 1950, a Fábrica Bangu fez história com seus desfiles e com o concurso Miss Elegante Bangu. A ideia inicial era promover o algodão feito no Brasil, tecido que, até então, não tinha muito prestígio entre a elite nacional. "Pegamos uns estampados que tínhamos, alguns bem bonitos, e mostramos que o o algodão podia ser usado e muito bem usado. Então o tecido ganhou prestígio e começou a ser empregado em vestidos de toilette, um sucesso absoluto", relatou Maria Cândida Silveira, mulher do diretor administrativo da companhia, Joaquim Guilherme da Silveira, ao livro "Bangu 100 anos".
A Fábrica Bangu também inovou ao convidar nomes da alta-costura, como Jacques Fath, para criarem coleções usando organdis e voiles fabricados com o algodão do Seridó nordestino.
O concurso Miss Elegante Bangu foi criado nos anos 1950 e se tornou um grande acontecimento social. Primeiramente, eram realizados desfiles em clubes de vários lugares do Brasil. As vencedoras participavam da grande final, realizada nos salões do Hotel Copacabana Palace. A grande campeã ganhava uma viagem a Paris. Em todas as etapas, elas usavam vestidos criados por José Ronaldo com tecidos da Fábrica Bangu.
— O concurso foi precursor do Miss Brasil. A vencedora da primeira edição, realizada em 1952, foi Corina Baldo, mãe do ator Felipe Camargo. Ela defendeu o Clube Caiçaras — conta Denilson Monteiro, que escreveu um livro, ainda não lançado, sobre Guilherme da Silveira, diretor-superintendente da Fábrica Bangu nos anos dourados.
A mostra "Pioneiros" integra a exposição "Transformação", que inaugura a programação cultural da Casa Firjan (Rua Guilhermina Guinle 211, Botafogo). Sábado, das 10h às 17h; de terça a sexta-feira, das 10h às 20h. Entrada gratuita durante todo o mês de agosto.