Mulheres ao Poder exalta revolução feminista e 1ª negra campeã do Miss Mundo

08/03/2021

http://www.missnews.com.br/historia/mulheres-ao-poder-exalta-revolucao-feminista-e-1a-negra-campea-do-miss-mundo/

341    0

DÉBORA LIMA 08 de Março de 2021


Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o Telecine exibe com exclusividade o drama Mulheres ao Poder (2020) nesta segunda (8). Baseado em uma história real, o filme exalta a revolução promovida pelo Movimento de Libertação das Mulheres, que protestou no concurso Miss Mundo em 1970. Além disso, o longa narra a vitória de Jennifer Hosten (Gugu Mbatha-Raw), a primeira negra campeã do concurso de beleza.


Dirigida pela britânica Philippa Lowthorpe, a trama mostra a vida de Sally Alexandre (Keira Knightley), uma mulher divorciada e mãe de uma menina. Ela começa a história tentando uma vaga para estudar na faculdade de História.


Assim que entra na entrevista da instituição, suas características físicas é que são mais notadas pelos homens que a sabatinarão --eles, inclusive, chegam a dar notas para a beleza da candidata. Os responsáveis pela seleção ainda fazem de tudo para menosprezar os conhecimentos da jovem e apontam que ela não dará conta dos estudos por ter uma filha.


Mesmo desacreditada, a protagonista consegue entrar na universidade. No entanto, ela segue enfrentando o machismo durante o curso. É quase impossível não sentir uma pontada de revolta quando os colegas e o próprio orientador a impedem de dar sua opinião sobre os assuntos discutidos. Ou então quando a estudante é interrompida pelos homens no meio de sua fala --atitude nomeada como manterrupting nos dias de hoje.


É no ambiente acadêmico que Sally conhece a ativista Jo Ann Robinson (Jessie Buckley) e o Movimento de Libertação das Mulheres. Quando começa a se envolver com os grupos feministas, ela passa a extravasar as ideias revolucionárias que sempre teve e a lutar contra a opressão masculina.



As mulheres que foram presas após protesto


União feminina


A primeira reunião do movimento traz sentimentos contraditórios às mulheres que assistem ao filme. Primeiro, há identificação e sororidade com as personagens, que estão ali lutando pelos seus direitos nos anos 1970.


Porém, em seguida, é possível se entristecer ao perceber que as pautas levantadas por elas há 51 anos ainda são discutidas em pleno 2021. As estudantes exigem, por exemplo, o direito ao aborto legal, a equiparação salarial, controle sobre o próprio corpo e sobre o método de contracepção que utilizarão. Tais assuntos, infelizmente, continuam sendo vistos como tabu.


Para dar voz às suas reivindicações, as mulheres decidem fazer uma manifestação pacífica durante a 20ª edição do Miss Mundo para protestar a favor da melhora da condição feminina na Inglaterra e no mundo. Elas ainda fazem uma crítica ao patriarcado, ao padrão estético inalcançável promovido pelo concurso e à objetificação da mulher.


Com o grito de guerra "Não somos bonitas, não somos feias. Estamos com raiva", as feministas conseguem fazer barulho em frente ao Royal Albert Hall, atrapalhar a transmissão do evento e virar manchete nos principais veículos de imprensa.


As "arruaceiras" acabaram presas e processadas, mas entraram pra história e deram um passo importante para que a igualdade de gênero um dia se torne realidade.



Jennifer (Gugu Mbatha-Raw) ganha o concurso


Representatividade


A intervenção ao evento, no entanto, não foi a única surpresa da noite. A 20ª edição do Miss Mundo foi marcada também pela vitória de Jennifer Hosten, a primeira negra a ganhar o título. A Miss Granada superou o favoritismo da --branca e loira-- Miss Suécia Maj Christel Johansson (Clara Rosager) e levou a melhor.


Após o fim do concurso de beleza, há uma conversa sincera e importante entre Sally e Jennifer. A ativista tenta explicar para a modelo que sua raiva não é direcionada às candidatas a miss, mas sim à opressão da mulher sendo mostrada como entretenimento familiar.


A personagem de Gugu Mbatha-Raw, então, explica que a vitória dela representa muito mais do que a estudante imagina. Jennifer diz que pode servir como um exemplo para muitas meninas negras, que entenderão que não precisam ser brancas para conquistar os seus sonhos e ter um lugar no mundo.


O longa evidencia o poder da união entre as mulheres e ganha ainda mais força ao ser exibido no Dia Internacional da Mulher, quando podemos relembrar as conquistas políticas, sociais e econômicas femininas. A produção traz ainda mais sentido ao lema: Juntas somos mais fortes!


Com o selo Première Telecine, Mulheres ao Poder chega nesta segunda (8) com exclusividade no Telecine Premium, às 22h (horário de Brasília). O filme também está disponível no Telecine Play, streaming da rede. Greg Kinnear (Pequena Miss Sunshine), Loreece Harrison, Lesley Manville, Keeley Hawes, Rhys Ifans, Emma Corrin (The Crown) e Phyllis Logan (Downton Abbey) completam o elenco.


Em março, o Première dedica seus lançamentos ao Dia Internacional da Mulher e seleciona longas com direção e protagonismo feminino. Ainda estão na lista: Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre (2020), De Frente com Meu Ex (2019) e Banana Split (2019).


Assista ao trailer de Mulheres ao Poder:


https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/filmes-na-tv/mulheres-ao-poder-exalta-revolucao-feminista-e-1-negra-campea-do-miss-mundo-52607


 

Talvez você se interesse também por:
COMENTÁRIOS - Clique aqui para fazer o seu
Novo comentário
Nome

E-mail (não será mostrado, mas será necessário para você confirmar seu comentário)

Comentário (de 1000 caracteres)
Nota: antes de enviar, certifique-se de que seu comentário não possui ofensas, erros de ortografia ou digitação, pois estará sujeito a avaliação e, também, não poderá ser corrigido.

Seja o primeiro a comentar.

Ⓒ MissesNews.com.br  |  Desenvolvimento: