O Broto do Rio Grande: o concurso de beleza que agitava o Estado nas décadas de 1970 e de 1980

Uma das edições de maior êxito foi a de 1985, com final realizada em dezembro em Capão da Canoa, no Litoral Norte

17/06/2020 - 20h04min  RICARDO CHAVES

Ceres representou a Capital no Broto do Rio Grande, em 1985. Reprodução / Jornal Zero Hora

O Broto do Rio Grande: nas décadas de 1970 e de 1980, esse concurso de beleza agitava o nosso Estado. A primeira eleita, que hoje é uma orgulhosa avó, foi Naida Gralha, da cidade de Rio Grande, no sul do Estado. Uma das edições de maior êxito foi a de 1985, com final realizada em dezembro, no Ginásio de Esportes Otto Birlen, em Capão da Canoa, no Litoral Norte.

O colunista Saul Júnior, responsável pela promoção e, durante longo tempo, principal cronista da movimentação dos clubes e associações, afirmou em sua página de Zero Hora, naquele ano: “Nas quase duas décadas de realização da promoção, nunca houve festa igual à de sábado. O grande público e as torcidas organizadas deram um espetáculo de beleza e vibração”. A expectativa era grande no momento em que seria anunciado o resultado.

Ceres teve uma carreira de sucesso como modelo após vencer o concurso. Reprodução / Jornal Zero Hora

Então, o mestre de cerimônias Ernesto Lima perguntou: “O Broto do Rio Grande está de vestido azul?”. E, em uma só voz, todos responderam que não. “O Broto do Rio Grande está de vestido vermelho?”, Lima perguntou. E a resposta foi a mesma. Lima indagou, mais uma vez: “Qual a cor do vestido da sucessora de Karina Brum?”. Um coro de mais de três mil vozes respondeu “branco”. Essa era a cor do vestido de Ceres Sessim Ribeiro, a bonita sogipana de 15 anos que representava Porto Alegre. O público concordava com a decisão dos 11 jurados, e, depois de vários anos, a vencedora era da Capital.

Em depoimento, depois de alguns anos, Ceres, afirmou:

— Foi a partir daí que minha carreira de modelo começou. Fui modelo por quase oito anos. Era novinha e já comecei a trabalhar. Nos primeiros três anos, conciliei com meus estudos e atividades extras, atuando em âmbito regional (RS e SC). Depois de 1989, ano em que participei do Miss Brasil, após ser escolhida Miss Rio Grande do Sul, atuei nacionalmente e, na sequência, de maneira internacional. Nesta segunda etapa, tive que me dedicar inteiramente à profissão.

Uma grande festa no Ginásio de Esportes de Capão da Canoa, em dezembro de 1985, escolheu Ceres como o Broto do Rio Grande. Reprodução / Jornal Zero Hora

Agora, é casada, mãe de uma filha e empresária de Florianópolis, em Santa Catarina; ela confirma:

— Foi uma escolha que fiz por um período da minha vida. Convivi com grandes artistas da fotografia, do cinema, da TV, das passarelas, do mundo da moda. Foram vários comerciais, incontáveis desfiles, muitas fotos, revistas, catálogos, etc. Interrompi minha carreira no auge, quando minha mãe faleceu. Eu tinha 22 anos, foi um choque, não tive força e nem vontade de continuar. Agradeço a Deus por ter me proporcionado essa carreira que aconteceu com muita naturalidade na minha vida.

Sem a participação de Saul e, agora, organizado pelo promotor de eventos Marcelo Soes, o concurso completa 50 anos. Previsto para setembro, o evento aguarda confirmação em função da pandemia.

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