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Pesquisadores viram nesta sexta-feira interior de objeto localizado durante reforma no paisagismo da Praça Coronel Pedro Osório
10/05/2019 - 18h24min
GaúchaZH
Janine Tomberg / Divulgação
Pesquisadores viram o interior da cápsula nesta sexta-feira
Janine Tomberg / Divulgação
O mistério envolvendo uma cápsula do tempo descoberta nesta terça-feira (8) em Pelotas pode estar perto do fim. Pesquisadores usaram um raio X para ver o interior do objeto na tarde desta sexta-feira (10). Segundo a conservadora e restauradora Fabiane Rodrigues Moraes, que acompanhou o processo, as imagens mostraram que a cápsula está cheia de líquido.
A probabilidade é que, com as chuvas nestes 88 anos em que esteve enterrada, a caixa acabou enchendo de água, diz a pesquisadora. Ela acredita, pelas imagens, que nenhum objeto tenha se mantido inteiro dentro da cápsula.
— Tem muito líquido, não foi possível comprovar nada inteiro. Agora é partir para ver como vamos abrir a caixa — diz Fabiane.
A caixa estava próxima do monumento em homenagem à modelo pelotense Yolanda Pereira (1910-2001), que foi Miss Brasil e Miss Universo (antes de a competição tornar-se oficial) em 1930. Historiadores acreditam que o objeto foi colocado na praça em 1931, para ser aberto 50 anos depois, mas acabou esquecido. Essa informação estaria em uma ata das homenagens feitas para a miss na época.
A restauradora explica que, pelo que consta nesta ata, exemplares de jornais e uma foto autografada da modelo pelotense estavam na caixa, além de moldes de moedas, possivelmente de gesso ou cerâmica, e por isso não devem ter resistido à ação do tempo.
Janine Tomberg / Divulgação
Imagens do raio x do interior da caixa
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Com o procedimento desta sexta-feira, os pesquisadores conseguiram ver como funciona o mecanismo de abertura da caixa, que é uma fechadura e está com a chave. Agora uma das alternativas é recorrer a um chaveiro especializado em cofres antigos, mas ainda não sabem em qual data a caixa deve ser aberta e se o método irá funcionar.
Mas independentemente do conteúdo da caixa, Fabiane defende a importância da descoberta.
— Tem que valorizar a história dela (da modelo), como miss, e valorizar o resgate à história da caixa — afirma a restauradora.
A caixa foi encontrada em meio às obras de revitalização da Praça Coronel Pedro Osório, no Centro. O objeto, segundo pesquisadores, estava enterrado há 88 anos.
Janine Tomberg / Divulgação
Cápsula do tempo pesa em torno de 10 quilos
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Em 2012, ano do bicentenário de Pelotas, o pesquisador Guilherme Pinto da Almeida citou no livro Almanaque do Bicentenário de Pelotas a possível existência da cápsula. Ele fundamentou a pesquisa ao encontrar a ata da época em que ela foi enterrada.