Marthina Brandt, Miss Brasil 2015 e diretora do concurso, sobre padrões: "Fui bastante julgada"

19/05/2021

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Atual diretora do concurso conversou com Quem sobre como tem trabalhado para modernizar o evento

MARINA BONINI (@MARINA_BONINI)
DO HOME OFFICE
19 MAI 2021 - 12H22

Marthina Brandt (Foto: @pedroggualberto)


O segundo lugar de Julia Gama no Miss Universo 2020, anunciado no último domingo (16), teve um gostinho de vitória para Marthina Brandt. Ela encarou a final como um selo de qualidade do trabalho que realiza há sete meses como diretora do Miss Brasil.


“Sem sombra de dúvidas estamos muito felizes com o resultado. Somos uma nova organização, estamos à frente do projeto há sete meses e conseguimos uma ótima colocação, que comprovou que estamos no caminho certo. Muitas pessoas ficavam revoltadas porque acharam injusto a Julia não ter sido eleita Miss Universo. Fazia tempo que não víamos os brasileiros torcendo tão fervorosamente”, avalia.


A organização agora se prepara para a próxima edição da competição nacional, que tem as inscrições abertas hoje, dia 19 de maio. O desafio, segundo Marthina, é preparar o concurso e as candidatas em meio a uma pandemia ainda sem previsão de ser controlada.


“Estamos organizando o Miss Brasil 2021 em paralelo ao 2022, que vai ser algo totalmente diferente, que ainda não podemos contar. Mas o nosso foco é no deste ano. Optamos por adiar um pouco o concurso em respeito à pandemia. Se estivéssemos em um ano normal, já teríamos começado os estaduais em janeiro. Estamos em maio e não começamos ainda. Estamos atrasados, mas é uma situação atípica. Os concursos vão ocorrer, mas não de maneira tradicional. Eles serão adaptados para serem realizados com toda a segurança, com testes de Covid e isolamento", explicou.


"Também vamos seguir o exemplo da organização internacional e fazer mais entrevistas entre as candidatas e jurados pelo Zoom. Quanto mais a gente puder evitar o contato físico, melhor. Temos uma previsão de realizar o Miss Brasil em setembro ou outubro”, argumenta ela, que não acredita que o Miss Universo 2021 seja realizado em dezembro como especialistas têm sugerido.


“Não acredito que seja em dezembro. É um espaço muito curto e a organização de um evento desta magnitude demanda muito trabalho.”



Julia Gama no Miss Universo (Foto: Getty Images)


MISS MODERNA


Quando assumiu o cargo, Marthina mudou toda a equipe, atualmente formada por profissionais brasileiros e estrangeiros do universo da moda, que não estavam ligados ao concurso.


“A proposta que temos é muito diferente de tudo o que vinha sendo realizado. Não queria pessoas com vícios, que tinham aquele mesmo olhar para o concurso. Quis colocar na minha equipe pessoas de outras áreas, que não tinham aquela concepção pré-formada do miss e que pudessem trazer novas ideias.”


Marthina relembra quando venceu o Miss Brasil, em 2015, foi considerada um marco no concurso justamente por contrariar os padrões de maquiagem, cabelo e modo de se vestir esperados de uma miss. Ela conta que foi a segunda miss a usar um terno no lugar de um vestido durante a transferência de coroa.


“Tem gente que diz que fui um divisor de águas, que tem o concurso antes de mim e depois de mim. Realmente as meninas mudaram muito. Eu fui a primeira a usar cabelos lisos nas fotos oficiais. Antes todas usavam sempre ondulado. Fui bastante julgada e tive um certo grupo de haters mais forte no início. Também usava jeans em compromissos aos invés do vestido de brilho padrão. Eu tinha características muito diferentes das meninas que costumavam ganhar o concurso. Tinha uma carreira no mundo da moda, vivida fora do Brasil e costumava me vestir de forma diferente. Já entrei no concurso com a ideia de quebrar esse padrão tradicional. Uma mulher não fica montada o dia todo. Ela usa calça jeans, sapatilha e tem atitude. Sempre tive opiniões fortes e gostei de me posicionar. Sofri um pouquinho no meu reinado por fugir desse padrão tradicional”, diz.



A gaúcha Marthina Brandt, Miss Brasil 2015 (Foto: Francisco Cepeda/AgNews)


PERFIL DE VENCEDORA


Apesar da maioria das finalistas do Miss Universo 2020 ser morena e latina, Marthina diz que não existe um perfil físico com mais chances de agradar os jurados.


“Não existe isso de que buscam uma mulher de pele assim, cabelo tal... Quando eu concorri, as pessoas falavam que eu deveria aproveitar que tinha a sobrancelha escura para escurecer o cabelo, já que só morenas ganhavam. Eu respondi que se tivesse que vencer ia ser como loira mesmo. A personalidade conta mais do que o perfil físico. É um conjunto. Nos últimos anos, a mulher vem tendo mais força na sociedade e o concurso tem buscado mulheres com voz, que sejam empoderadas, que gostem de se posicionar e entendem de tudo um pouco.”



Marthina Brandt (Foto: @iagoalencar)


Dividir um pouco da sua experiência de vida e também de suas fragilidades podem somar à favor das candidatas, que no Miss Universo 2020 compartilharam que tinham sido vítimas de assédio, violência física e outros problemas.


“Sempre falo que quanto mais visibilidade, você tem mais responsabilidade. Acho muito legal e importante as franquias mostrarem que as misses também passam por questões como qualquer outra mulher. A Julia mesmo dividiu que lidou com a depressão”.


Marthina, no entanto, acha que isso não pode ser forçado. “Sou a favor de falarem das dificuldades que tiveram na vida, mas desde que seja algo confortável para as candidatas. Sou contra contar suar história só para comover as pessoas e gerar mídia”, analisa ela, que evita ainda hoje falar de sua luta contra um câncer no útero, durante o seu reinado e preparação para o Miss Universo. Na época, ela escondeu a doença.


“Não costumo falar muito porque gosto de ser notícia pelo meu trabalho e algo legal que eu esteja fazendo. Não gosto de ser vitimizada. Sou extremamente positiva. Era um momento muito meu e não queria desviar o foco, que na época era a minha preparação. Acredito muito em Deus e nunca vi essa experiência como negativa. Isso me fortaleceu. Aprendi a ver a vida com outros olhos, com mais maturidade e humildade.”



Marthina Brandt (Foto: @pedroggualberto)


https://revistaquem.globo.com/Entretenimento/noticia/2021/05/ex-miss-brasil-e-diretora-do-concurso-marthina-brandt-sobre-padroes-fui-bastante-julgada.html


 

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