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POR DANIELA CONTIN GARCIA 02/01/2020
No 20º episódio de “Mulheres da Pan”, as integrantes do programa debateram sobre a edição do Miss Universo 2019, em Atlanta, nos Estados Unidos, nesse mês de dezembro.
Com 88 candidatas, o concurso teve como vencedora a sul-africana Zozibini Tunzi que, ao receber a coroa, discursou contra o preconceito, o racismo e o machismo:
“A sociedade foi programada durante muito tempo para não ver a beleza de maneira negra. Mas agora estamos entrando em um tempo em que finalmente as mulheres como eu podem saber que somos bonitas”.
Ela é a terceira sul-africana a levar o título e é, também, a primeira negra a vencer o concurso desde 2011, quando Leila Lopes, de Angola, ganhou no Brasil.
Nas redes sociais, os internautas comentaram sobre o concurso e alguns afirmaram que Tunzi não era a mulher mais bonita, mas foi escolhida por causa do politicamente correto e por se intitular feminista e ativista do movimento negro.
Mariana Brito pondera que este é um assunto muito delicado porque qualquer coisa que se fale pode ser distorcido e encarado como racismo.
A jornalista disse que de todas as 88 candidatas, ela considerava duas como as mais bonitas e que ambas eram negras.
Mariana destaca que o ativismo da vencedora pode ter influenciado no resultado:
“Talvez as outras que são negras e não ganharam, não tinham o selo de verificação do movimento negro e por isto ficaram de fora.”
Renata Barreto julga que o grande problema é a necessidade constante da “lacração”:
“Às vezes as pessoas enxergam preconceito em tudo, que os verdadeiros casos de racismo e opressão, que são coisas realmente importantes, acabam sendo deixadas de lado. Então, este caso da Miss Universo pra mim, é apenas lacração e vontade de ter identidade com o pessoal do politicamente correto.”
Ana Paula Henkel citou personalidades dos Estados Unidos e que existe preconceito de todos os lados.
“Hoje vivemos em uma sociedade que não pode falar que é feio, gorda e magra. Recentemente aquele desfile famoso da “Victoria Secret”, que mostrava aquelas modelos maravilhosas, com corpos esculturais e roupas lindas, foi cancelado porque sofreu críticas por não usar modelos gordas. Ou seja, vivemos em uma sociedade onde o “Ministério da Verdade” está instalado, nada pode ser falado que sempre terá um juiz para dar nota no seu discurso.”
Angela Sousa recriminou o termo “diversidade”. Ela acha que ninguém representa 100% o outro: “As ideias, convicções e conceitos são diferentes.”
Angela defendeu que as pessoas precisam parar de falar sobre vitimismo e começar a falar em competência.
“Aquele que mais se prepara, vai chegar no cargo ao qual almeja. Da mesma maneira acontece com o branco que não consegue chegar porque não busca ou não vai atrás. Não é correto ganhar um concurso de Miss Universo só porque representa a atualidade do que está sendo debatido. Se é um concurso de beleza, deveria ganhar a mais bonita.”
Mais temas como: racismo, diversidade e apropriação cultural foram debatidos pelas “Mulheres da Pan” neste polêmico episódio.
Confira!